terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A oposição ao Governo Lula no Congresso defende o lucro dos bancos

Segundo diversas reportagens na mídia de ontem o DEM e o PSDB estão numa sinuca de bico:aceitar ou não a alcunha de defensores dos banqueiros, já que acabam por defendê-los na posição que tomaram frente ao pacote de 1 de janeiro do Governo Lula?
Seguem reportagens sobre o tema:

Jucá desafia oposição a defender lucro dos banqueiros

"A oposição tem toda legitimidade de defender os lucros dos bancos", comentou 0o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), nesta segunda-feira (7). Jucá comentava o aumento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), paga pelos bancos, para compensar parte da perda de R$ 40 bilhões causada pelo fim da CPMF. "A oposição vai chiar porque quer visibilidade política", agregou.
"A oposição tem toda legitimidade de defender os lucros dos bancos. Qualquer partido que queira defender o lucro dos banqueiros, nós viremos para a discussão. O governo entendeu que esse era o melhor caminho (aumento na CSLL e no IOF), oneraria menos os setores da economia e fez a proposta. Se a oposição tem outra proposta para apresentar, ótimo, vamos discutir a proposta da oposição também", afirmou.
"Pequeno ajuste necessário"
Ele garantiu que o governo terá os 41 votos necessários para aprovar a matéria no plenário do Senado. Um mês atraso, a base governista não reuniu mais que 45 dos 49 votos necessários para prorrogar a vigência da CPMF.
Para o líder fo governo, a decisão do Ececutivo "foi um pequeno ajuste necessário" no IOF e na CSLL, que, acredita, não representará grandes prejuízos aos trabalhadores. Jucá explicou que, com relação ao ajuste do IOF, houve somente uma transferência da cobrança da CPMF para este imposto, mas com isenção da cobrança sobre algumas operações que atingem diretamente a sociedade, como a poupança e o financiamento habitacional.
Jucá admitiu quebra do compromisso de não aumentar impostos para compensar a CPMF, mas apenas no tributo que incide sobre os bancos. "Houve sim uma quebra de acordo, mas apenas com relação à CSLL, porém o aumento vai recair somente sobre o lucro dos bancos, um dos segmentos que mais têm sido beneficiados economicamente", argumentou.
Nos demais aspectos, não houve queda de acordo, frisou o líder do governo. "No orçamento não houve, no IOF, na CPMF não houve. O governo não criou imposto novo, viveu uma conjuntura nova e resolveu antecipar algumas medidas que seriam tomadas em fevereiro", acrescentou.
Ponto débil do discurso oposicionista
"A oposição tem de entender que acabamos o ano com um déficit de R$ 40 bilhões (com o fim da CPMF). O governo tinha duas alternativas: esperar até fevereiro para tomar alguma medida ou tomar logo. O presidente Lula entendeu que esperar para um déficit de R$ 40 bilhões não seria salutar para a leitura da economia brasileira", disse Jucá.
"O governo está disposto a conversar e a negociar com os partidos de oposição", reiterou Jucá. As alternativas buscadas pelo governo para cobrir o rombo causado pelo fim da CPMF, onerando os altamente lucrativos bancos e operações financeiras, criam dificuldade para a oposição sensibilizar a opinião pública com sua bandeira contrária a qualquer aumento de impostos.
No Café com o Presidente desta segunda-feira (7), o o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explorou esse ponto débil do discurso oposicionista. Segundo afirmou Lulaem seu programa semanal de rádio, "os banqueiros não reclamaram" do aumento do imposto sobre o seu lucro líquido "porque os bancos tiveram muito lucro nesses últimos anos" e agora "vão poder pagar um pouco mais".
Da redação do http://www.vermelho.org.br/ , com agências.


7 DE JANEIRO DE 2008 - Editorial do Portal Vermelho
Ousará a oposição defender os lucros dos banqueiros?

Colocado em apuros fiscais com a derrubada da CPMF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou dois impostos: um incide sobre o lucro dos bancos (a CSLL) e o outro sobre as operações financeiras (IOF). A medida deve cobrir apenas R$ 10 bilhões, um quarto do buraco deixado pelo imposto do cheque. Lula falou em ''cortar na veia'', nas despesas públicas, para economizar outros R$ 20 bilhões. E espera que a aceleração do crescimento cubra os R$ 10 bi restantes.
Cumpre começar pelo registro de que o presidente não deu ouvidos ao coro oposicionista-midiático que, depois de derrubar o imposto do cheque, pressionava por cortes nas contas da Previdência Social, congelamento do salário mínimo e outros azedos remédios do receituário neoliberal. Optou, ao contrário, pelo aumento de tributos que recaem sobre a cúpula da pirâmide salarial, com destaque para a casta dos banqueiros.
''Os bancos tiveram muito lucro nesses últimos anos'', justificou o presidente nesta segunda-feira (7). Agora ''vão poder pagar um pouco mais''.
A oposição fica agora em um dilema: se mantiver o discurso de aumento de impostos jamais, como parece ser a tendência, aparecerá no impopularíssimo papel de guardiã dos lucros dos banqueiros. Foi o que fez notar o líder do governo no senado, Romero Jucá (PMDB-RR), quando disse com ironia que ''a oposição tem toda legitimidade de defender os lucros dos bancos''.
Até agora, o coro oposicionista-midiático dribla a saia-justa partindo do pressuposto de que os bancos simplesmente repassarão a conta do aumento para a sua clientela. É duvidoso que isso venha a ocorrer; embora altamente concentrado, o mundo dos banqueiros compreende também a concorrência entre eles. Isso cria um considerável obstáculo para o repasse, a não ser que os banqueiros montem um esquema de cartel.
Apesar de seus méritos, a resposta improvisada para uma situação imprevista evidentemente está longe de responder aos problemas de fundo que só uma reforma tributária poderia enfrentar. E há ceticismo sobre as possibilidades de uma reforma tributária não cosmética, mas substancial e progressiva, dentro da correlação de forças dada.
No entanto, correlações de força são por natureza mutáveis. O andar de baixo da pirâmide social, seus representantes e organizações, tiveram sua atenção despertada para o debate tributário, ontem pela longa novela da CPMF, hoje pela do pós-CPMF, e amanhã pelas do orçamento de 2008 e da prometida reforma. Quando se aperceberem da importância do que está em jogo, certamente irão opor à ladainha tributária patronal o seu clamor pela taxação das grandes fortunas, das rendas e heranças milionárias, para que o Brasil deixe de ser, antes tarde do que nunca, o país onde os pobres pagam mais impostos do que os ricos.

2 comentários:

Unknown disse...

THIAGO,QUERO TE DÁ OS PARABÉNS PELO SEU BLOG,ESTÁ MUITO BEM BOLADO E PRINCIPALMENTE ATUALIZADO!!! AMEI. BEIJOS AMIGOS!!! NOTA 10 PRA VC!!!

Anizio Silva disse...

Caro Thiago, segundo o site Technorati são criados 120.000 novos blogs por dia. Talvez apenas 1% disso tudo se torne relevante, e talvez o seu se encaixe nessa porcentagem. Mas é realmente promissor, pelos assuntos que está tratando; agora basta atualizar com frequência e dar sempre sua opinião, quando colar artigos interessantes de outras fontes.

Sobre o assunto, sugiro que leia o artigo "A mídia tradicional enfrenta a mídia independente", do site Webinsider.

Um abraço.

Obs.: Sugiro que edite a configuração do sistema, para que qualquer pessoa possa comentar aqui e não apenas quem está cadastrado no Blogger (isso é muito chato para quem não tem cadastro).