quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Obama vence em três estados e lidera primárias


Após vitórias avassaladoras, o senador democrata Barack Obama passou esta quarta-feira discutindo a economia americana, enquanto sua rival democrata na escolha do candidato à presidência dos EUA, Hillary Clinton, escolheu focalizar as energias nas primárias de março, quando espera recuperar o terreno perdido.
Obama e o favorito dos republicanos, o senador John McCain, venceram com comodidade as primárias de terça-feira na Vírgínia, em Maryland e no Distrito de Colúmbia, a capital do país, o que aproxima McCain de assegurar sua designação como condidato dos republicanos para as eleições presidenciais de novembro.
Ao mesmo tempo, o senador democrata, que pode ser tornar o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, somava oito vitórias consecutivas sobre Hillary, em uma luta renhida que parece abrir uma nesga de vantagem para Obama.
Na quarta-feira, em uma fábrica da General Motors no Estado de Washington, que fará sua escolha na semana que vem, Obama ocupou-se da economia.
''Não estamos à beira de uma recessão devido a forças fora de nosso controle'', declarou. ''Foi o fracasso da liderança e a imaginação em Washington, culminando em décadas de decisões que foram postergadas sem levar em consideração as realidades da economia mundial''.
''Mas também sabemos que, neste momento, os cínicos já não podem dizer que nossa esperança é falsa'', continuou.
Hillary, por sua vez, procurou ocupar seu tempo com as primárias de Ohio e do Texas, dois estados muito povoados que votarão em três semanas e que são sua melhor esperança de recuperar a sua pré-candidatura.
As vitórias de terça-feira permitiram a Obama aumentar sua vantagem para 1.078 candidatos contra 969 de Hillaru, de acordo com a MSNBC. O número necessário para escolher o candidato dos democratas é de 2.025 delegados.
A ex-primeira dama, que pode vir a ser a primeira mulher presidente, viajou a El Paso, no Texas, antes que fosse abertaa apuração dos votos da primária de terça-feira, passando o dia no Estado e centrando sua campanha nos habitantes de origem latina, um setor que considera mais favorável a sua candidatura.

Esquerda quer bater republicano


A analista Elena Mora, do Partido Comunista dos EUA, descreve que uma dos aspectos mais importantes da atual eleição nos Estados Unidos é que o Partido Republicano, que há alguns anos jactava-se de conquistar terrenos em meio aos latinos, tem perdido essa vantagem, e rapidamente.
''O apoio dos latinos a Hillary é uma coisa boa'', diz ela em sua análise no site do PC dos EUA. ''Ao mesmo tempo, devemos rejeitar a noção de que Obama não conquiste mais eleitores latinos, como foi mostrado nas primárias de Illinois, onde ele venceu por maioria, no Arizona, ele venceu por 44% e em outros estados onde a tendência a seu favor torna-se preponderante, à medida que seu nome se torna mais familiar na comunidade latina'', completa Elena.
A comunista americana também aponta as grosseiras simplificações da mídia corporativa americana. ''Tentar explicar os resultados reduzindo a questão para apenas uma questão de gênero e raça, de modo simplório, é um enorme desserviço ao povo americano e aos próprios candidatos'', comenta.
''É natural que mulheres queiram votar em uma mulher para a presidência, assim como os afro-americanos votem em um negro para presidente, mas muitos brancos estão também entusiasmados com a idéia de eleger um candidato negro'', comenta Elena.
Ela enfatiza que a principal questão, segundo ela, está em que os jovens estão entusiasmados em mudar o status quo e que ambos os pré-candidatos democratas representam essa mudança.
''Hillary ganha apoio por causa de seu histórico, especialmente em questões que afetam as mulheres, as crianças e as famílias, e porque ela tem sido uma dura crítica da direita em relação a muitas questões, inclusive econômicas. Obama tem ganho um grande apoio porque foi, desde o princípio, contra a guerra do Iraque, e porque conclamou as pessoas a acreditarem em um caminho melhor, um país melhor, em nosso melhor espírito'', comenta.
''Para muitos eleitores, o que mais interessa é quem dos dois poderá bater o candidato republicano. Essa é uma razão válida e importante para fazer a sua escolha'', finaliza Elena.


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