Estamos há pouco mais de 6 meses do pleito de outubro onde o povo brasileiro elegerá prefeitos e vereadores por todo teritório nacional.Nesta contenda que se aproxima é peculiar a situação do município do Jaboatão dos Guararapes, 2ª maior cidade do estado de Pernambuco , entre as 30 maiores do Brasil , nossa cidade não conseguiu ainda alcançar parâmetros sociais e políticos contemporâneos.
Fragmentada em 3 grandes distritos que se somam a outros 2 criados artificialmente nas últimas gestões Jaboatão sofre com um dos piores índices de violência no estado , seja contra a mulher , seja nos bairros periféricos.Até hoje não é clara sua vocação , muito menos se consegue estalecer um projeto que norteie a cidade.Tal qual um barco a deriva os distritos se perdem em pequenas e pontuais iniciativas que não se articulam para alavancar economicamente a cidade.
Com exceção da iniciativa tomada por Tânia Bacelar no breve governo Byron Sarinho , que era uma intervenção estadual, as vocações e a construção de um projeto aglutinador para cidade se tornaram,quando muito,figura de retórica.
Não existem fórmulas mágicas para superar a crise que tem se agravado nas gestões Rodovalho e Nilton Carneiro , principalmente se levarmos em consideração que a cidade possui um crescimento exponencial de comunidades de periferia sem saneamento e com carência dos mais diversos serviços públicos.Tais comunidades são rapinadas por candidatos , em especial a vereador , nos momentos eleitorais que executam o proselitismo eventual para garantir seus mandatos.
Com uma população que já ultrapassa a de 3 capitais , mas com mais de 40 mil analfabetos , Jaboatão ainda padece de um movimento social frágil e de poucos espaços para debates democráticos , vide as conferências temáticas.Provocadas pelo Governo Federal,estas penam para sair do papel na cidade , são executadas de maneira propositalmente desordenada e pouco atenciosa,não são prioridade para atual administração.Do que adianta discutir políticas para um governo que não consegue fazer funcionar sequer o Orçamento Participativo da cidade?
É necessário romper alguns desafios: o movimento social precisa ser maior e mais articulado , precisa chegar a classe média , aos funcionários públicos e aos formadores de opinião.Precisa ser mais politizado , ir além das reivindicações salariais.É papel do movimento social ajudar na construção de alternativa de governo , por mais frágil que ele seja hoje , como já disse.
Os partidos de esquerda precisam conseguir chegar ao 2° turno.É fenômeno claro: quando as forças progressistas não consegue chegar ao segundo turno do pleito , parte da população abandona a disputa, nem sequer vota.Isso ficou transparente no duelo Nilton x Geraldo de 2004.Hoje as forças de apoio aos Governos Lula e Eduardo Campos estão pulverizadas em diversos palanques , mesmo considerando que evoluam para algumas coadunações ,ainda assim teremos ,no mínimo,2 ou 3 candidaturas deste campo.É preciso ter clareza do adversário:são as forças que apoiam o projeto neoliberal(PSDB e Demo) e a atual gestão municipal.
Parece figura de retórica mais não é.Os partidos em Jaboatão , com poucas exceções ,comportam-se como as legendas nos grotões pernambucano , com pouca identidade ideológica e fragilidade em seus quadros , mudam de direção e projetos de pleito para pleito.
Ir ao segundo turno pode ser fundamental para Jaboatão avançar , romper com as práticas tradicionais e chegar ,com muitos anos de atraso, ao século XXI.
3 comentários:
Thiago,
Muito pertinete a sua avaliação política sobre Jaboatão. Pelo quadro que você apresenta, pelo menos duas tarefas importantes estão postas para as forças progressistas do município: a reorganização dos movimentos sociais e a pressão para que sejam ampliados os instrumentos institucionais de gestão democrática.
No entanto, além destas tarefas, poderia acrescentrar algumas outras. Uma delas, em particular, acredito seja mais urgente.
A esquerda jaboatonense precisa se debruçar de forma mais sistemática sobre os problemas e a realidade do município. É necessário se criar, entre os partidos progressistas, em especial PT e PCdoB, espaços permanentes de estudos, que possam, além de apresentar um diagnóstico político-social da cidade, auxiliar na elaboração de políticas públicas capazes de minizar a gritante desigualdade social.
É importante também que esses partidos tenham como foco da sua formação política a realidade do município.além disso, é importante incentivar os seus militantes a realizarem estudos e pesquisas sistemáticas, sejam elas acadêmicas ou não, sobre esta realidade. Desta maneira, sem dúvida, poderão intervir de forma qualificada na luta política do município e terão plenas condições de assumirem as tarefas que se apresentem numa possível gestão de esquerda em jaboatão.
No entanto, esta iniciativa só terá sentido se houver uma ligação efetiva com os movimentos sociais e com a massa. Ou seja, não se pode falar em projeto político sem se conhecer a fundo a realidade objetiva e sem ter o enraizamento necessário para viabilizar este projeto.
Talvez, quando a esquerda jaboatonense conseguir cumprir esta tarefa, possa então superar um dos desafios que você apresenta como necessário, ir para o segundo turno. Diria até que é um passo importante para se vencer uma eleição,seja no primeiro ou no segundo turno.
abraços
Edson Tenório
desculpa cara, mas antes de você falar algo sobre o psdb, vc tem que lembrar que seu partido, vai fechar conosco em jaboatão na majoritaria.
Jaboatão ainda tem jeito!
Elias Gomes, para prefeito!
Sonha Lucas , sonha ...
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