sexta-feira, 28 de março de 2008

Ofensiva antiolímpica do separatismo no Tibete


Editorial do Vermelho:


Era de se esperar. Os inimigos da China e do socialismo chinês não iam mesmo assistir de braços cruzados ao sucesso das Olimpíadas de Pequim, no fantástico Estádio Ninho de Pássaro e dezenas de outras instalações especialmente construídas para a grande festa esportiva da amizade entre os povos. Alguma eles iam aprontar.
Em Taiwan seria difícil: seu homem na ilha, o separatista Chen Shui-bian, marchava para uma feia derrota na eleição presidencial, como de fato ocorreu neste sábado, com a vitória do Kuomintang e da proposta do diálogo. O separatismo no Xinjiang pegaria mal, por suas conexões com o terrorismo de Bin Laden & Cia. Acionaram então o separatismo tibetano e seu indefectível dalai lama, que alimentam e financiam há meio século.
Não conseguiram grande coisa: algumas jornadas de violência em Lhasa e outras cidades, promovidas por brigadas de arruaceiros que destruíram, queimaram e mataram gente inocente, até que a polícia os conteve, sem usar armas de fogo. Mas foi o que bastou para a bem oleada máquina propagandística dessa gente armar o circo da crise tibetana e iniciar sua ofensiva antiolímpica.
É mentira que não existam imagens dos distúrbios. O Vermelho apresentou neste sábado o vídeo de uma impressionante reportagem de 15 minutos, produzida pela rede estatal CCTV. As imagens e depoimentos falam por si: como a do pai da jovem Shen Xia, 18 anos, queimada viva junto com quatro colegas na loja onde trabalhava. É por opção editorial que a mídia dominante não mostra essas cenas: elas rebentariam sua campanha como uma bolha de sabão.
Tampouco é verdade que os eventos de março visem a autonomia do Tibete. Este já é uma das cinco Regiões Autônomas da China – estatuto que lhe permite cultivar livremente sua língua, cultura, costumes e crenças, inclusive o budismo tibetano. Foram os desordeiros de março que espezinharam um por um os quatro preceitos do budismo – não matar, não roubar, não trair e não mentir.
Apesar da cumplicidade midiática, a grife da causa do dalai lama sai arranhada dos episódios. A começar pela aura pacifista laboriosamente montada por ele – embora se trate de um estranho ''pacifista'' que apoiou a invasão e apóia a ocupação do Iraque pelos 160 mil soldados de seu amigo George W Bush. Ficou visível o embaraço de sua santidade o Buda vivo ao ver seus discípulos lhe rasgarem a fantasia.
O papel dos monges nos distúrbios merece um registro. Ele não se liga à sua condição de religiosos, mas ao status de classe dominante de que gozavam no sistema teocrático-feudal-escravista que veio ao chão depois da contra-revolução de 1959. É de estarrecer que um pedaço do planeta tenha chegado à segunda metade do século 20 sem uma única estrada, uma só escola laica ou lâmpada elétrica sequer, mas com uma classe dominante de aristocratas e monges da casta superior, que sujeitavam a maioria trabalhadora formada por servos e escravos.
Assim era o Tibete de que o dalai lama tem saudades. Uma de suas peculiaridades era o uso de seres humanos como montarias: como não havia estradas, os monges e aristocratas se locomoviam carregados nas costas de escravos ou servos.
Os 1,3 bilhão de chineses de todas as nacionalidades, a começar pela tibetana, com certeza não permitirão a volta desse passado. Continuarão a construir sua pátria que não se cansa de deslumbrar o mundo pela pujança do seu progresso, progresso que avança no Tibete em ritmos mais elevados que a média nacional. Perseverarão na busca da meta avançada de uma sociedade socialista harmoniosa. Capricharão ainda mais nos preparativos dos Jogos Olímpicos de Pequim, que encaram como uma oportunidade de ouro para exibir ao mundo a China de hoje, um país de carne e osso, com qualidades e defeitos, mas que com razão enche de orgulho os seus filhos. Ninguém há de estragar a sua festa, que é também a de toda a humanidade amante da paz e do progresso.


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